4 Comentários
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Avatar de Luis Felipe Mayorga

Eu estava lá, em 1994, com seis anos de idade. O dramalhão do velório do Morpheus no final de Sandman não é NADA perto daquele funeral nacional. Creio que por alguma orientação da minha tia que era psicanalista infantil, nós, crianças, desenhávamos o Senna, seu capacete, o carro, em várias versões e tamanhos, enquanto a televisão explorava todas as nuances do cortejo durante o dia inteiro. Mas realmente, nunca mais a F1 foi a mesma coisa. Nunca mais eu veria meus tios, pai ou padrasto assistindo corridas com a mesma emoção. Ah, um tempo depois veio a homenagem póstuma dos quadrinhos do Senninha e sua turma (wtf?) que eram muito bem roteirizados e desenhados, porém tinham um gosto bem amargo e melancólico no coração.

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Avatar de Mateus Ribeirete

impressiona como tudo no sujeito parece icônico. claro que a morte muda/eleva tudo, mas até essas escolhas – que hoje exigiriam todo um time de marketing – como manter o mesmo designer (Sid Mosca) e a mesma identidade visual nos capacetes. o sujeito tinha personalidade (como a de manter o patrocínio do banco Nacional por gratidão, tendo ofertas bem maiores) e, aparentemente, bom gosto. obrigado pelo comentário!

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Avatar de Clenio Santos

Acompanho a Fórmula 1 desde os anos 1980, já tive a oportunidade de ver ao vivo e mergulho na literatura especializada há anos, mas tenho que registrar que nunca vi um texto escrito com um apuro, uma qualidade, uma competência tão grande, notadamente por alguém que não é um iniciado nesse mundo como essa preciosidade literária que comento.

Eu me lembro claramente desse 01/05/1994, assistia à corrida, contava com 20 anos, e acompanhei todo o desenrolar da tragédia humana e pessoal. Parou um país, do fato até o sepultamento sentia-se o clima pesado, um luto coletivo, que repercutiu por toda a nação.

Confesso que não assisti mais a F1 naquele ano, mas amadureci para entender que o esporte é maior do que o atleta, abandonei essa concepção mítica sobre o Senna, embora o considere o melhor de todos os tempos. Atualmente acompanho as corridas com mais prazer do que naquele tempo, liberado que estou de torcer por brasileiro (até porque o que lá está é mediano) e com isso me concentro na magia que é mistura de tecnologia, precisão e risco (sim, ainda é possível morrer, por mais seguros que os bólidos de hoje o sejam) em uma corrida de carros.

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Avatar de Mateus Ribeirete

poxa, Clenio, só posso te agradecer pelo comentário. obrigado pelas palavras e por compartilhar sua experiência 🙏

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